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Plano de Prevenção de Recaída: o que é e como fazer?

Muitos dependentes químicos recaem pois não entendem o processo de recaída e o que fazer para preveni-lo. Entretanto, algumas ações adequadas do adicto e dos que estão em volta podem prevenir ou interromper a síndrome da recaída antes que as consequências se tornem trágicas. Assim, o Plano de Prevenção de Recaída gera um senso de segurança por minimizar o potencial destrutivo da síndrome da recaída.

Saber que está fazendo o necessário para prevenir a recaída, identificar os sinais de aviso iniciais e desenvolver um plano para interromper a síndrome, devem ser partes essenciais de um programa de recuperação. 

Continue lendo o artigo, descubra as etapas do Plano de Prevenção de Recaída e como elas funcionam na prática!

 

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Etapas do Plano de Prevenção de Recaída

  1. Estabilização: conseguir o auto controle;
  2. Auto avaliação: descobrir o que acontece na mente, no coração e na vida;
  3. Educação sobre recaída: aprender sobre recaída e o que fazer para prevenir;
  4. Identificação dos sinais de aviso: fazer uma lista dos sinais de aviso pessoais;
  5. Administração dos sinais de aviso: aprender como interromper os sinais antes da perda de controle;
  6. Treinamento de inventário: aprender a ter uma percepção consciente dos sinais de aviso quando surgirem;
  7. Revisão do programa de recuperação: ter certeza que o programa de recuperação é capaz de ajudar a lidar com os sinais de aviso;
  8. Envolvimento de pessoas significativas: ensinar outras pessoas a ajudar para evitar a recaída;
  9. Acompanhamento e reforço: atualizar o plano de prevenção de recaída regularmente;

 

Desmistificando o Plano de Prevenção de Recaída

 

Estabilização

Voltar a ter o controle de si mesmo e do próprio comportamento significa reconquistar o controle dos pensamentos, emoções, memória, julgamento e comportamento após a recaída.

É uma hora de crise para a pessoa e a família, uma vez que a recaída desestrutura a vida da pessoa.

É normal sentir-se assustado, zangado, desapontado e culpado. Mas deve-se entender que a pessoa precisa de ajuda.

Logo, precisa se voltar para pessoas em que confia, de quem depende e que podem ajudar a retomar os passos necessários para restabelecer a sobriedade.

Enfim, se não conseguir um controle consistente dos pensamentos, emoções e comportamento, convêm procurar ajuda profissional ou um centro de tratamento para conseguir se estabilizar.

 

Avaliação

É hora de descobrir, com a ajuda de outras pessoas, o que causou o episódio de recaída.

Isto é feito revendo a história do uso, bem como os sinais de aviso específicos e os sintomas que ocorrem durante as tentativas de conseguir a abstinência.

De tal forma que estas informações vão fornecer dicas importantes do que foi feito errado e o que pode ser feito diferente para melhorar as chances de sobriedade permanente.

Lembre-se, o passado é o melhor professor. Ou seja, se falhar em aprender com o passado, a pessoa é condenada a repeti-lo.

 

Educação sobre recaída

Nessa etapa deve-se aprender sobre o processo de recaída e como preveni-lo. Ao passo que para prevenir recaídas é preciso entendê-las.

Portanto, quanto mais informações sobre adicção, recuperação e recaída tiver, mais ferramentas se têm para manter a sobriedade.

Além disso, é necessário entender os sintomas da SAA e da SAD, entender o alto risco de desenvolvê-las, o que pode acioná-las e também o que precisa fazer para prevenir e lidar com elas.

Sendo assim, procure se familiarizar com os sinais de aviso e ser capaz de dar exemplos e colocá-los nas próprias palavras para ter certeza de que entendeu.

Leia tudo que puder, mas lembre-se, só ler não é o suficiente. Deve-se rever e discutir com outras pessoas que entendam melhor, pode ser um profissional ou algum adicto.

Tenha em mente que o programa de educação não está completo até que o adicto seja capaz de aplicar com honestidade e com franqueza as informações que aprendeu da própria vida e das circunstâncias atuais.

Também saiba que sem o envolvimento de outras pessoas no processo de educação, a negação pode impedir que se reconheça o que realmente está acontecendo.

 

Identificação dos sinais de aviso no Plano de Prevenção de Recaída

Agora é necessário identificar os sinais que dizem existir problemas na sobriedade.

Sabia que toda pessoa tem um conjunto pessoal e único de sinais que indicam que o processo de recaída está acontecendo?

São sinais que a pessoa dá a si mesma e aos outros de que existe o perigo de usar ou desenvolver outros sintomas da recaída. Então, a identificação dos sinais de aviso é o processo de identificar os problemas e os sintomas que podem levar à recaída.

Visto isso, os sintomas podem ser problemas de saúde, problemas com os pensamentos, problemas emocionais, de memória ou de julgamento e de comportamento. Por isso deve-se desenvolver uma lista de sinais ou de indicações de que existe perigo.

Esta lista pode basear-se em recaídas passadas, portanto escolha alguns avisos e coloque-os nas próprias palavras e escreva uma declaração descrevendo estes avisos e a experiência que obteve.

De modo que é necessário ter uma lista de indicadores claros e específicos de que a pessoa está saindo de uma vida produtiva e confortável, e começando a caminhar em direção a uma recaída.

 

Administração dos sinais de aviso

Enfim, chegou o momento de ter planos concretos para prevenir e parar os sinais de aviso.

Cada sinal de aviso é na realidade um problema que a pessoa precisa prevenir ou resolver desde que ocorra.

Para evitar problemas é preciso lembrar que a adicção é uma doença com uma tendência para a recaída. Uma vez que se saiba e se aceite este fato, pode-se estar preparado para o inevitável.

Portanto, para evitar a recaída, é necessário ver cada sinal que já foi experimentado no passado e formular um plano para se lidar com eles. Logo, é essencial estabelecer novas respostas para os sinais de aviso identificados e determinar o que fazer quando reconhecer que um sinal de aviso está atuando na vida.

Pergunte-se: como a síndrome da recaída pode ser interrompida? Que ação positiva pode-se tomar que remova este sinal?

É muito importante fazer uma lista com várias soluções ou possíveis soluções para resolver os problemas da pessoa. Escolha a opção mais razoável e que possa oferecer a melhor possibilidade de interromper o processo de recaída, pois esta opção é a melhor resposta.

Procure praticar cada nova resposta até se tornar um hábito, e se a nova resposta precisa estar disponível na hora de um alto nível de estresse, pratique-a nos momentos de estresse baixo. Então, se falhar, estabeleça outro plano mais efetivo.

Não se permita protelar um plano para interromper os sinais de aviso, pois se não possuir um plano, a pessoa não será capaz de interromper os sinais quando os mesmos ocorrerem.

 

Treinamento de inventário no Plano de Prevenção de Recaída

Qualquer programa de recuperação com sucesso envolve um inventário diário.

O inventário é necessário para ajudar a identificar os sinais de aviso de uma recaída em potencial.

Sendo assim, desenvolva uma maneira de incorporar este sistema de inventário ao dia a dia. Isto é, precisamos saber como se vai determinar quando os sintomas forem ativados. Qualquer sinal de recaída é sério.

Por isso recomenda-se que, quando se faça inventário, se estabeleça dois rituais.

O primeiro deve ser pela manhã, abrindo um espaço de 5 a 10 minutos para ler algo a fim de meditação e fazer um resumo dos planos para o dia. Após isso, pergunte-se se está preparado para fisicamente e emocionalmente encarar o dia.

O segundo ritual deve ocorrer pela noite, revendo o dia e identificando com o que conseguiu lidar bem e o que precisa melhorar, que fraqueza ficou mais visível e como corrigir os defeitos e melhorar nestas áreas.

Lembre-se: estamos buscando progresso e não perfeição. Saiba que os sinais de aviso se desenvolvem inconscientemente e muitas vezes não se sabe que eles estão acontecendo. Portanto, um inventário é a maneira para rever consciente o que aconteceu no dia.

Conforme realização dos dois inventários, um de manhã e outro à noite, é possível perceber os sinais iniciais de recaída e fazer algo a respeito para pará-los antes de perder o controle.

 

Revisão do programa de recuperação

Agora que você chegou até aqui, chegou a hora de rever o programa de recuperação atual para ter certeza de que se tem a ajuda necessárias para lidar com os sinais de aviso.

Recuperação e recaída são lados opostos da mesma moeda. Isto é, quando não se está praticando o programa de recuperação, estamos alimentando a doença e em pleno processo de recaída.

Logo, necessário estar sempre revendo o programa, inclusive os anteriores que não deram certo (se existirem). Deve-se tentar sempre melhorar.

Pergunte-se: Será que conheço bem a minha doença? Que sei lidar com os sintomas? Que presto atenção nas necessidades da minha saúde? Será que estou fazendo o que é certo e necessário para me manter em recuperação?

É importante o desenvolvimento de um programa baseado no que funciona, sabendo o que não funciona. Por consequência, para cada problema, sintoma ou sinal de aviso que se identificar, precisa-se ter certeza de que existe alguma coisa no programa de recuperação para ajudar a lidar com isto.

 

Envolvimento de pessoas significativas no Plano de Prevenção de Recaída

Entenda: não é possível se recuperar e nem se manter em recuperação sozinho.

Ou seja, é preciso pedir a pessoas que são significativas a ajuda para continuar sóbrio, falando sobre os sinais de aviso e pedindo retorno se elas perceberem o surgimento de algum sinal.

Sendo assim, outras pessoas são importantes no plano de prevenção à recaída e também precisam ter conhecimento sobre os sinais de aviso.

Portanto, é importante falar com estas pessoas regularmente. Isto é, faça uma lista destas pessoas com que tem contato. Estas pessoas vão formar uma rede de intervenção.

Verifique qual é a importância de cada uma destas pessoas e como elas interagiram em outras ocasiões, e também como elas podem ser úteis.

Explique a estas pessoas como são seus sinais e avisos de recaída e procure ter certeza de que elas realmente podem ajudar e de que maneira.

Logo, é muito importante a sinceridade e que, possível, haja sempre uma representação e um treino para ajudar a interromper o processo de recaída. Então permita sempre que esta rede de pessoas participe da sua recuperação.

Lembre-se: seus familiares também estão em recuperação.

 

Acompanhamento e reforço

Para finalizar, é necessário revisar o Plano de Prevenção de Recaída em intervalos regulares, à medida que existe um crescimento e mudanças na recuperação, e nunca se esquecer de que a adicção não tem cura, sendo uma doença crônica.

O Plano de Prevenção de Recaída faz parte da recuperação e também precisa tornar-se uma maneira de vida.

O PPR precisa ser integrado na vida em todos os aspectos da recuperação. Precisa ser compatível com os grupos de apoio que se busca uma sobriedade crescente, com o próprio tratamento e o dos familiares.

Ele precisa ser praticado até tornar-se um hábito. A única liberdade que se tem é escolher com cuidado os hábitos que serão desenvolvidos. Fica muito real a liberdade em se organizar.

Somente através dos hábitos e na organização de um programa de sobriedade diário pode-se conseguir a liberdade da escravidão da adicção.

Devemos estar sempre dispostos a revisar o Plano de Prevenção de Recaída em intervalos regulares e estar dispostos a reconhecer novos problemas que ameacem a recuperação.

Se estiver sempre atento, com certeza o resultado será a liberdade de gozar de uma sobriedade confortável e a garantia de que se tem um entendimento da recaída, que se pode identificar os próprios sinais de recaída e se tem um plano de ação para não permitir que estes sinais de aviso aumentem.

 

Concluindo

O Plano de Prevenção de Recaída é um mecanismo em que o adicto em recuperação reconhece e descreve quais suas situações de risco e situações de prevenção.

Certos sinais de aviso não são tão fáceis de se evitar e alguns hábitos levam tempo para que a verdadeira mudança venha de maneira espontânea e natural.

É preciso entender que um dos motivos que levam à recaída são os sentimentos não bem trabalhados em cada um de nós.

É necessário apontar os fatores que podem ajudar numa prevenção à recaída, e criar habilidades para lidar com estas situações. 

Se o adicto não consegue criar métodos para lidar com seus sinais de aviso, ele deve avaliar as situações, lugares, hábitos, pessoas e sentimentos que o levaram ao uso. 

O tratamento da dependência química precisa ser contínuo e permanente, uma vez que é uma doença incurável. E o Plano de Prevenção de Recaída, é uma das ferramentas mais fortes para se continuar em recuperação. 

 

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Caso tenha alguma dúvida sobre este tema, ou queira conhecer melhor o nosso tratamento para dependência química, entre em contato, pois estamos à disposição para responder e ajudar.

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